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sábado, 16 de maio de 2020

História dos Números

Ensino Fundamental II e Ensino Médio 



                                  HISTÓRIA DOS NÚMEROS 

 Antigamente, a Matemática não existia na forma que é conhecida atualmente. Durante muito tempo as pessoas NÃO SABIAM CONTAR! 

Algo que para nós hoje parece muito estranho! Você vê sua vida sem os números? Reflita um pouco...

Com certeza não.  Os números se fazem presente no nosso dia a dia: no relógio, no calendário, nas medidas, nas distâncias, na culinária e tantas outras áreas. Definitivamente, sabemos que  não é possível viver sem lidarmos com os números.

Provavelmente, a necessidade das pessoas por contar surgiu a partir das suas práticas diárias. Quando as antigas civilizações começaram a criar animais e a plantar, surgindo a agricultura e o pastoreio, há cerca de 10.000 anos atrás, contar passou a ser essencial para que pudessem controlar o que possuíam. 

A noção por contar surgiu da correspondência um a um (correspondência biunívoca). Como assim? Calma que eu explico...Contam que os antigos pastores de ovelhas ao levar elas para pastarem, associava cada ovelha a uma pedrinha que era guardada em um saquinho. Assim, ao voltarem com as ovelhas os pastores comparavam a quantidade de ovelhas que retornavam com a quantidade de pedrinhas. Deste modo, se não sobrassem pedrinhas após a passagem do rebanho, ele sabia que todas as ovelhas haviam voltado. Mas, caso isso não acontecesse, talvez o lobo mau tenha aparecido no pasto (credo, tomará que não, né!?)


Estudos de Matemática: Como surgiu a noção de número

Entretanto, para a realização da correspondência um a um não era feita somente com pedras, mas também eram usados nós em cordas, marcas nas paredes, talhes em ossos, desenhos nas cavernas e outros tipos de marcação para outros contextos.

Com o passar do tempo, diversas civilizações contribuíram com a criação de métodos de contagem e símbolos para representar quantidades. Realmente, a humanidade realizou um trabalho bem puxado para chegar até aqui!
                                                                    

                          A diferença entre numeral, número e algarismo

O numeral é a forma usada para expressar um número. Isto é, numeral é a representação gráfica (palavra, gesto ou símbolo) do número.
Enquanto , o número está associado a noção de uma quantidade, quando contamos as canetas, enumeramos a posição de uma pessoa numa fila ou medimos o peso de uma caixa. E por último o algarismo (ou também chamado dígito), refere-se a todo símbolo numérico que usamos para formar os números.

Exemplo: O número vinte e dois pode ser representado pelo numeral XXII ( no sistema romano ), pelo numeral 22 ( no sistema indo-arábico ) e de muitas outras maneiras. No sistema indo-arábico, sua apresentação usou os algarismos 2 e 3, e no sistema romano usou os algarismos X e I.


                                           Criando símbolos e regras 

Outra dificuldade que a humanidade se deparou provavelmente, há milhares de anos atrás, era trabalhar com grandes quantidades. Pois, imagina o trabalho que daria empilhar pedras ou fazer marcas na madeira para poder contar? Realmente uma situação pouco prática...E como sabemos a curiosidade faz parte do instinto humano, e daí surgiu a ideia de agrupar para visualizar melhor as quantidade, criando símbolos especiais para esses agrupamentos e regras para registrar as quantidades com o uso desta simbologia. Desse modo, os primeiros sistemas de numeração foram criados.

Simplificando, o sistema de numeração é o conjunto de regras que permite escrever e ler qualquer número utilizando símbolos e palavras.

Vamos conhecer de uma maneira mais aprofundada sobre o:  SISTEMA DE NUMERAÇÃO EGÍPCIO,SISTEMA DE NUMERAÇÃO BABILÔNIO, SISTEMA DE NUMERAÇÃO MAIA, SISTEMA DE NUMERAÇÃO ROMANO, SISTEMA DE NUMERAÇÃO INDO-ARÁBICO.

Essas antigas civilizações que comentamos e outras também viveram há muitos anos atrás. Abaixo veja a localização de algumas delas e o período de maior desenvolvimento que essas civilizações tiveram:



Fonte: Imagem retirada do livro Conquistando a Matemática, de autoria de José Ruy Giovanni Jr. e Benedicto Castrucci


Sistema de numeração egípcio

 

Você já ouviu falar nas pirâmides do Egito? 




Provavelmente sim, os egípcios eram povos que tinham muitas habilidades em arquitetura, astronomia, medicina e tantas outras que muitas vezes requeriam cálculos, e cálculos necessitavam de números. E aí surge a pergunta, quais números?

 

Então, os egípcios diante da sua intelectualidades criaram um dos primeiros sistema de numeração que se tem notícia a partir de símbolos especiais.

 

O sistema de numeração egípcio tinha sete símbolos:




Ciência de Garagem: A soma

 

E cada um destes símbolos possuem os valores que conhecemos hoje, um traço na vertical representava 1 unidade; um osso de calcanhar invertido representava 10 unidades; uma corda enrolada valia 100 unidades; uma flor de lótus representava o número 1.000; um dedo indicador valia 10.000 unidades; uma ave, peixe ou girino indicava 100.000; e por último o homem erguendo os braços para o céu  valia 1.000.000. E através destes  símbolos era possível escrever  outros números e fazer contas, entretanto, observe que não existia um símbolo para o zero.

 

Você arrisca dizer qual tipo de agrupamento que os egípcios utilizavam? 

Calma, se não descobriu vamos as explicações...

A noção de agrupar foi utilizada nos sistemas mais antigos de numeração, então os números de 1 a 9 eram representados como:


1: I

2: II

3: III

4: IIII
5: IIII

6: IIIIII

7: IIIIIII

8: IIIIIIII

9: IIIIIIIII


Ao chegar às dezenas os IIIIIIIIII eram substituídos por  ∩. Desse modo, a centena 

os ∩∩∩∩∩∩∩∩∩∩ foram substituídos por , assim a cada 10 símbolos repetidos, fazia-se a troca por outro, de um agrupamento superior. Portanto, cada símbolo podia ser repetido no máximo 9 vezes, e por isso é considerado um SISTEMA DECIMAL. Desse modo, o maior valor que pode ser representado pelo sistema de numeração egípcio é 9.999.999.



Outra, característica do sistema de numeração egípcio era considerado aditivo, pois adicionava os valores dos símbolos utilizados para encontrar o valor representado. Observe os exemplos:


23:II= 10+10+1+1

150:∩=100+10+10+10+10+10

1.225:  IIIII= 1.000+100+100+10+10+1+1+1+1+1


O sistema de numeração não é posicional, pois seus símbolos não recebem outro valor dependendo da sua posição. Por exemplo, para representar o número 110 podemos representa-lo como ∩ ou , ambas as representações equivalem ao valor 110.



  • Adição e subtração com os números egípcios



Vamos calcular 25+ 7 , utilizando a representação egípcia. Lembre que, um agrupamento de 10 símbolos são substituídos pelo símbolo superior.


IIIII                  IIIIIII    = IIIIIIIIIII       = II

 25             +         7         =  32                                           



Observe que aqui os dez traços ( IIIIIIIII) foram substituídos por um osso de calcanhar (∩) que vale dez.


Agora, como sabemos realizar adição vamos fazer uma subtração com os números egípcios, tomemos como exemplo: 34 - 6

IIII   -  IIIIIII  = ∩ IIIIIIIIIIIIII ∩ IIIIIIII
  34         -    6                                    = 28

Na subtração a lógica é inversa. Os símbolos que correspondiam ao valor a ser subtraído eram retirados do valor original, observe que da representação do 34 eram necessário retirar seis traços. Desse modo, alguns símbolos do valor original foram desmembrados em 10 símbolos do valor imediatamente abaixo dele, e a parte maior e destacada foi retirada. 


Sistema de numeração babilônico


Em escavações arqueológicas na região da Mesopotâmica (antiga região ente rio Tigres e rio Eufrates, atual Oriente Médio) foram encontrados blocos de argilas com inscrições que se assemelhavam as cunhas. Daí as escrita desse povo recebeu o nome de cuneiforme.



Os babilônios usavam dois símbolos para registrar quantidades:  cravo e  asna.

O sistema de numeração babilônico era incompleto no sentido e que usava apenas dois símbolos:


O "cravo" podia ser utilizado até 9 vezes, representando os números de 1 a 9. 



O símbolo "asna" representava o número 10 e podia ser repetido até 5 vezes


Os babilônicos elaboraram  o primeiro sistema posicional (os algarismos têm valor pela posição  que ocupam), porque existia uma correspondência entre a ordem do grupo e a ordem de sua representação.  Podemos estabelecer a ordem de escrita  da direita para a esquerda os grupos de primeira ordem, depois os de segunda ordem, e assim por diante.

Os números de 1 a 59 eram representados de modo aditivo conforme a figura abaixo, repetindo cada um desses dois símbolos  antas vezes quantas fosse necessário. 

Numeração babilônia – Wikipédia, a enciclopédia livre

Enquanto, para números maiores de 59, a escrita se tornava posicional, observe abaixo:

                                     1 grupo de 3ª ordem   11 grupos de 2ª ordem   3 grupos de 1ª ordem


Símbolo que represente 3, por ocupar a primeira posição (da direita para a esquerda), valia efetivamente 3; o símbolo que representa 11, por ocupar a segunda posição, valia 11.60=660; o símbolo que representa 1, por ocupar a terceira posição, valia 1 · 60^2 = 3600. Desse modo, esta representação vale: 4.263

Contagem dos agrupamentos do sistema de numeração babilônico

É  importante ressaltar que este  sistema a contagem era feita em agrupamento de 60 (sistema sexagesimal), apesar de conter também uma sub-base 10, o que o caracteriza como um sistema misto. Observe a representação para números de 1 a 59 (na figura acima)

Para os números de 1 a 9 é usada uma cunha vertical para cada unidade.  Ao chegar a 10, em vez de dez cunhas verticais, é usada uma única cunha horizontal. Podemos dizer então que temos uma base 10.

O último número representado no quadro é 59 com cinco cunhas horizontais e nove cunhas verticais. O número seguinte, o 60, era representado por uma única cunha vertical. Aqui, outra vez a ideia de agrupamento. Só que neste caso, não se agrupa sob um novo símbolo, como no caso do 10, mas sob o mesmo símbolo usado para a unidade. A base do sistema de numeração fica então 60, com uma sub-base 10.

O curioso do Sistema de Numeração Babilônico é que não possuía um símbolo para representar o zero, mas o povo babilônico já possuíam  uma noção da sua existência. Você pode estar se perguntando como assim “noção da existência do zero?”

Acontece é que os babilônicos já trazia a noção de vazio, usando um espaço em branco entre os números, a fim de indicar que naquela determinada coluna não havia nenhum algarismo, e desta forma era possível diferenciar os tipos de agrupamento.  Observe:


 
A Matemática: O Sistema Babilônico de Numeração
      Fonte: Imagem retirada do livro Conquistando a Matemática, de autoria de José Ruy Giovanni Jr. e Benedicto Castrucci


Entretanto,  o sistema de numeração babilônico em alguma situações de cálculos poderia provocar erros ou até mesmo um duplo sentido de representação de algarismo devido o uso de apenas duas simbologias e noção do zero retratado por um espaço em branco.


Sistema de numeração maia

Os maias desenvolveram um sistema de numeração que podia representar qualquer número com apenas três símbolos. São eles: 

Os maias desenvolveram um sistema de numeração aditivo, multiplicativo e posicional que podia representar qualquer número com apenas três símbolos. São eles: 

 

três símbolos da numeração maia

 

Uma concha representava o zero, um ponto representava o número 1 (e podia ser repetido até 4 vezes) e uma barrinha o número 5 (podia ser repetido no máximo 3 vezes)

Os maias usavam um sistema vigesimal. De 0 a 19, os maias representavam estes números da seguinte forma:


A partir do 20, os números eram registrados em “andares”.  Os números eram representados considerando a posição do algarismo, por isso este sistema é considerado posicional.

O número 20 no sistema maia era representado, como:

 

 


 Observe que a concha vale zero e como está na primeira posição é multiplicado por 20^0 já na segunda posição temos o número 1 que é multiplicado por 20^1. E esta lógica seria seguida se houvesse mais posições.


 

Vamos representar o número 66.287 no sistema de numeração maia:

  


Sistema de numeração romano

O sistema romano utiliza sete letras maiúsculas: I, V, X, L, C, D e M, que correspondem, respectivamente, a: 1, 5, 10, 50, 100, 500, 1000.

Para escrever outros algarismos, é preciso combiná-los de acordo com algumas regras específicas conhecidas como princípios aditivo e subtrativo.

 

Números Romanos de 1 a 1000 – matemática básica | Algarismos romanos

Fonte:https://br.pinterest.com/pin/819373725931082174/


Vamos conhecer algumas observações, referentes a este sistema de numeração:

·         1) As letras I, X, C, M somente poderão ser repetidas por três vezes consecutivas.

Exemplos:

III = 3

XXX=30

CCC= 300

MMM=3.000


·         2) As letras I, X, C podem ser escritas na frente das outras, tendo seus valores somados à letra de maior valor. Portanto, um símbolo “maior” seguido de um símbolo “menor” indica adição.

 Exemplos:

VIII = 5+3= 8

XV=10+5=15


·         3)As letras I, X, C podem ser escritas antes da outra, tendo seus valores subtraídos da letra de maior valor. Portanto, um símbolo “menor” seguido de um “maior” indicava a subtração.

Exemplos:

IV= 5-1=4

IX=10-1=9

 

    4)  Para representar os números maiores que 3.999 os romanos que colocavam um traço em cima do número e este passam a ser multiplicado por 1.000. Já para representar todos os números compreendidos entre 100.000 e 500.000 colocavam o número em um retângulo incompleto e o valor desse número é multiplicado por 100.000

Exemplos:



    5) Desta forma, o maior número romano que podemos escrever é 3.999.000, que corresponde a MMMCMXCIX.


Sistema de numeração indo-arábicos ou arábico 

O sistema de numeração que hoje usamos é conhecido como sistema de numeração decimal, ou indo-arábico (indo porque o antigo povo indiano foi seu criador, e arábico porque os árabes ajudaram a aperfeiçoá-lo e também foram os responsáveis por sua divulgação, principalmente na Europa. Depois de aperfeiçoado, ele apresentou características que o torna mais prático que outros.
  • Com apenas estes 10 símbolos(chamados algarismos indo-arábicos) pode-se escrever qualquer número, por maior que seja:

0, 1, 2, 3 ,4 , 5 ,6 , 7, 8 ,9
 
  • O sistema é decimal ou de base 10, pois agrupamos quantidades de 10 em 10.
10 unidades= 1 dezena
10 dezenas = 1 centena
10 centenas = 1 unidade de milhar
10 unidades de milhar = 1 centena de milhar
10 centenas de milhar = 1 unidade de milhão.
  • Possui um símbolo (zero) para representar a ausência de unidades, dezenas,centenas, etc.
  • Com somente dez algarismos (0 a 9) é possível registra todos os números, pois o mesmo algarismo assume valor diferente de acordo com sua posição na escrita do número. Portanto, o sistema decimal é chamado de sistema posicional. 


  • O sistema decimal é multiplicativo, porque um algarismo escrito à esquerda de outro vale dez vezes o valor posicional que teria se estivesse ocupando a posição desse outro.
Exemplo: 666= 6 x 100 + 6 x 10 +6
  • Partindo da direita para a esquerda, cada algarismo corresponde a uma ordem. Note que também separamos os algarismos da direita para a esquerda tem grupos de três ordens. Cada grupo dessa forma uma classe. Observe: 

Sistema de Numeração Decimal - Toda Matéria


Números decimais

Números decimais são números inteiros ou fracionados.

Os números decimais servem para indicar números não inteiros e que os algarismos após a vírgula pertencem à ordem das casas decimais.

 Um número decimal é composto pela parte inteira (parte que antecede a vírgula), o decimal, centésimo e milésimo. Desta forma, todas as partes juntas determinam a forma como o número deve ser lido.

Exemplos:

  • 15,587 – quinze inteiros e quinhentos e oitenta e sete milésimos
  • 9,002 – nove inteiros e dois milésimos
  • Números decimais - Propriedades e Comparação entre decimais4,9 – quatro inteiros e nove décimos




















Fonte: https://matematicazup.com.br/numeros-decimais/






REFERÊNCIAS  


Livro Praticando Matemática 6° ano 


Livro A Conquista da Matemática 6° ano 


http://www.numaboa.com.br/escolinha/matematica/240-calculando-com-os-egipcios


https://mundoeducacao.uol.com.br/matematica/sistema-numeracao-egipcios.htm


https://www.ebc.com.br/infantil/voce-sabia/2015/05/conheca-historia-dos-numeros


https://repositorio.ufrn.br/jspui/bitstream/123456789/21183/8/Produtoeducacional_PPGECNM_Silva_2016.pdf


https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/EABA-98VHFE/1/trabalho_de_conclus_o_de_curso.pdf


http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2010/2010_uenp_mat_artigo_veronica_ortiz_de_oliveira.pdf


https://www.cesadufs.com.br/ORBI/public/uploadCatalago/17411316022012Matematica_Para_o_Ensino_Fundamental_Aula_14.pdf


https://escolakids.uol.com.br/matematica/numeros-romanos-3.htm

 

 




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